domingo, 24 de novembro de 2013

Registro verbal/virtual de uma linha de pensamentos (coincidentemente de função metalingüística)

               Hoje fiquei me olhando no espelho por um tempão, não lembro se já tinha feito isso antes, e fiquei refletindo a ilação de que quem vê aquela imagem realmente não pode ter idéia do que se passa den'daquele edifício. Há uma furiosa dialética lá, manifestando contradições alegres, harmônicas, frustrantes, etc. Existe/existo. As coisas também. (…∃…) Química borbulhante compõe os enormes organismos. Os habitantes do planeta são planeta também: se eu estivesse agora em Marte, seria um pedacinho de Terra lá. Pensam que somos meros habitantes, ocupantes de algo que não nos pertence, mas nós somos física e quìmicamente tudo a mesma coisa, dentro de um mesmo (sub)conjunto. Não é uma espécie de panteísmo, mas é se deixar só o pan. O liberalismo nos trouxe muita deturpação de coisas que são visìvelmente, incontestàvelmente, diferentes disso. Porra, é só olhar direitinho e ver. Falando nisso, o fenômeno da visão é tão incrìvelmente revelador… ¿Como será que humanos explicariam esse seu sentido para seres racionais que desenvolveram sentidos distintos? ¿E eles os seus a nós…? ¿Como estabelecer parâmetros? Mas enfim, grande parte da beleza do mundo é constatada pela visão. É mais fácil de se localizar espacialmente tendo esse poder. Por isso há tantas metáforas. A racionalidade humana, pegando dados, bits, inter-relaciona-os, através dos processos químicos encefálicos, nevrálgicos e etc., e os armazena dinǎmicamente. Com o arsenal de informação coletada e trabalhada, nós mamíferos, bichinhos, saem pulando fofinhos. As informações são imateriais, são meras assimilações principalmente e mais complexamente de humanos, são elementos químicos se correspondendo com seus prótons, nêutrons e elétrons intra-encefàlicamente, neurônios interessantemente bem bolados. ¿Mas os elementos químicos não eram materiais? Sim (seja lá o que «material» signifique, porque analisando um elemento químico aprofundadamente vai se chegando a níveis de complexidade que ultrapassam a qualidade de “intuitivos”; isto é, meio que vai ficando cada vez mais difícil de fazer sentido porque vai ficando cada vez mais diferente/distante do que os humanos estão acostumados a constatar enquanto realidade — materialidade. É bizarro) (enfim, por «materiais», entenda-se apenas/ao menos que eles existem), mas os elementos químicos se relacionando conforme processos que são de sua natureza que a gente entende que sejam o fenômeno do pensar, essas químicas não são o objeto assimilado. Por exemplo, se eu penso que um coelho (que eu sei que existe; e não um arquetípico) pula (claro que usei esse exemplo por causa de quando falei de bichinhos fofinhos), a química que t'acontecendo dentro da minha cabeça não é a química que compõe aquele coelho que eu conheço; são elementos individuais apesar de toda a filosófica simbiose, eu acho. Concluímos que pensamento é matéria mas os elementos da realidade que foram considerados no pensar não são matéria — são apenas representações simbólicas desses elementos. Como nos guiamos ùnicamente através dessas abstrações, a gente pode simplesmente viver uma imensa ilusão o tempo todo, qualquer um de nós ou todos. Ainda mais quando a gente não entende os níveis físicos do “mũito micro” e do “mũito macro” — a gente mal tem idéia do quê que isso aqui é de verdade. Considerando o tudo um objeto, a gente só considera uma parte do tudo nas análises, a parte mais visível. Quando a gente vai mexendo nas fronteiras do “infinito sobre xis” (/x; 1 ≠ x > 0), a gente já quase pira de tanto que é complicado. Porque a gente usa o acúmulo social obtido històricamente que a sociedade de alguma forma nos torna disponível pra lidar com a expansão do conhecimento, mas quando a gente surge no mundo (nasce) não explicam prà gente que esse acúmulo existe, que tal e tal objetivo é maneiro (realmente há [∃]) e que o objetivo de simplesmente conhecer as coisas pra se dar conta mìnimamente do quê que tá acontecendo (pra ver como a gente ainda rasteja no básico [apesar dos mũitos e imensos avanços, o que nem sequer era provável]) é factível e deveríamos estar correndo atrás. Então quando a gente chega na Terra, a gente ainda tem que se dar conta por conta própria desse objetivo. De repente o comunismo seria a nossa forma de recepcionar bem as pessoas durante toda a vida de todas, tornando palpável que busquemos a compreensão do misterioso tudo (/y; 1 ≠ y < x > 0; e ípsilon é submetido a um sistema de cálculos que o tornam cada vez mais perto de um [¿“∀y 1”?]) sendo ajudados com tudo que for possível. O incentivo também do prazer. Ainda ia ser um mistério, mas pelo menos a gente não vai ter que ficar nessa palhaçada que é lidar com a selvageria que a gente vive e ao mesmo tempo tentar entender as paradas. (… …)

Autor: Flávio (13/11/2013)