Hoje fiquei me olhando no
espelho por um tempão, não lembro se já tinha feito isso antes, e fiquei
refletindo a ilação de que quem vê aquela imagem realmente não pode ter idéia
do que se passa den'daquele edifício. Há uma furiosa dialética lá, manifestando
contradições alegres, harmônicas, frustrantes, etc. Existe/existo. As coisas
também. (…∃…) Química borbulhante compõe os enormes organismos. Os habitantes do
planeta são planeta também: se eu estivesse agora em Marte, seria um pedacinho
de Terra lá. Pensam que somos meros habitantes, ocupantes de algo que não nos
pertence, mas nós somos física e quìmicamente tudo a mesma coisa, dentro de um
mesmo (sub)conjunto. Não é uma espécie de panteísmo, mas é se deixar só o pan.
O liberalismo nos trouxe muita deturpação de coisas que são visìvelmente,
incontestàvelmente, diferentes disso. Porra, é só olhar direitinho e ver.
Falando nisso, o fenômeno da visão é tão incrìvelmente revelador… ¿Como será
que humanos explicariam esse seu sentido para seres racionais que desenvolveram
sentidos distintos? ¿E eles os seus a nós…? ¿Como estabelecer parâmetros? Mas enfim,
grande parte da beleza do mundo é constatada pela visão. É mais fácil de se
localizar espacialmente tendo esse poder. Por isso há tantas metáforas. A
racionalidade humana, pegando dados, bits, inter-relaciona-os, através
dos processos químicos encefálicos, nevrálgicos e etc., e os armazena
dinǎmicamente. Com o arsenal de informação coletada e trabalhada, nós
mamíferos, bichinhos, saem pulando fofinhos. As informações são imateriais, são
meras assimilações principalmente e mais complexamente de humanos, são
elementos químicos se correspondendo com seus prótons, nêutrons e elétrons
intra-encefàlicamente, neurônios interessantemente bem bolados. ¿Mas os
elementos químicos não eram materiais? Sim (seja lá o que «material»
signifique, porque analisando um elemento químico aprofundadamente vai se
chegando a níveis de complexidade que ultrapassam a qualidade de “intuitivos”; isto é,
meio que vai ficando cada vez mais difícil de fazer sentido porque vai ficando
cada vez mais diferente/distante do que os humanos estão acostumados a
constatar enquanto realidade — materialidade. É bizarro) (enfim, por
«materiais», entenda-se apenas/ao menos que eles existem), mas os elementos
químicos se relacionando conforme processos que são de sua natureza que a gente
entende que sejam o fenômeno do pensar, essas químicas não são o objeto
assimilado. Por exemplo, se eu penso que um coelho (que eu sei que existe; e
não um arquetípico) pula (claro que usei esse exemplo por causa de quando falei
de bichinhos fofinhos), a química que t'acontecendo dentro da minha cabeça não
é a química que compõe aquele coelho que eu conheço; são elementos individuais
apesar de toda a filosófica simbiose, eu acho. Concluímos que pensamento é
matéria mas os elementos da realidade que foram considerados no pensar não são
matéria — são apenas representações simbólicas desses elementos. Como nos
guiamos ùnicamente através dessas abstrações, a gente pode simplesmente viver
uma imensa ilusão o tempo todo, qualquer um de nós ou todos. Ainda mais quando
a gente não entende os níveis físicos do “mũito micro” e do “mũito macro” — a
gente mal tem idéia do quê que isso aqui é de verdade. Considerando o tudo um
objeto, a gente só considera uma parte do tudo nas análises, a parte mais
visível. Quando a gente vai mexendo nas fronteiras do “infinito sobre xis” (∞/x; 1 ≠ x > 0), a gente já quase pira de tanto
que é complicado. Porque a gente usa o acúmulo social obtido històricamente que
a sociedade de alguma forma nos torna disponível pra lidar com a expansão do
conhecimento, mas quando a gente surge no mundo (nasce) não explicam prà gente
que esse acúmulo existe, que tal e tal objetivo é maneiro (realmente há [∃]) e que o objetivo de
simplesmente conhecer as coisas pra se dar conta mìnimamente do quê que tá
acontecendo (pra ver como a gente ainda rasteja no básico [apesar dos mũitos e
imensos avanços, o que nem sequer era provável]) é factível e deveríamos estar
correndo atrás. Então quando a gente chega na Terra, a gente ainda tem que se
dar conta por conta própria desse objetivo. De repente o comunismo seria a
nossa forma de recepcionar bem as pessoas durante toda a vida de todas,
tornando palpável que busquemos a compreensão do misterioso tudo (∞/y; 1 ≠ y < x > 0; e ípsilon é submetido a um
sistema de cálculos que o tornam cada vez mais perto de um [¿“∀y ≈ 1”?]) sendo ajudados
com tudo que for possível. O incentivo também do prazer. Ainda ia ser um
mistério, mas pelo menos a gente não vai ter que ficar nessa palhaçada que é
lidar com a selvageria que a gente vive e ao mesmo tempo tentar entender as
paradas. (… …)
Autor: Flávio (13/11/2013)
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